Olá, hoje inauguramos a categoria Relatos de Viajante, que irá trazer experiências pessoais e memórias de aventuras e desventuras diversas, sempre reais. Se você, assim como eu, é viciado em celulares ou sempre quer fotografar todos os momentos da viagem, divido abaixo a história dos dias em que passei sem telefone, pois vendi o meu um dia antes da viagem à Orlando, evitando, assim, qualquer problema na alfândega brasileira e minha cota de quinhentos dólares.

Confira neste link os bens isentos e a declarar à Receita Federal no momento do desembarque de voos internacionais.

Caso seja sua primeira vez junto a nós, dá uma passadinha pelas outras postagens.

Relato de uma Viajante sem celular por 4320 minutos

Este texto foi escrito em primeira pessoa, em 22/02/2017, para evitar a fadiga durante os longos voos e conexões entre Goiânia e Orlando, sem meu iPhone, mas com tempo livre para registrar as melhores memórias de uma mente desocupada.

Vícios, Experiências e Relatos de uma Viajante

A vida é feita de experiências, a maioria do cotidiano, talvez nem seja notada da forma pela qual merece.

Grandes acontecimentos são esperados com tanta ansiedade que possivelmente a vida passe por nossos olhos e se esvaia, sem ao menos admirarmos os pequenos milagres ao nosso redor.

Bom, neste momento estou passando por um daqueles grandes e esperados momentos.

Meu primeiro carnaval internacional, pela terceira vez nos Estados Unidos, o primeiro enfrentamento da situação: ausência e abstinência do meu vício tecnológico, o celular.

Celulares modificam nossa rotina positivamente, todavia, nos emburrece. Lembro-me da maravilhosa memória para números de telefones e datas de outrora... quando telefones públicos nem funcionavam a cartão.

Tá, eu não sou do tempo dos telefones com ligações pedidas para telefonistas, mas no auge dos meus 30 anos, já posso sentir o peso que o passado pode ter.

Pois bem, vendi meu iPhone 6 para comprar o 7 plus na viagem a Orlando - um baita negócio... a questão é passar o tempo sem o danado do aparelho.

O vício é tamanho, que mesmo com um pouco de experiência na área, deixei de anotar o endereço do apartamento do meu primo, onde vou me hospedar, tive que sair do Check-in da Copa, no Aeroporto de Guarulhos, para achar um telefone público para pedir essa gentileza à irmã, uma vez que a companhia aérea não autorizaria meu embarque sem essa informação (fica a dica).

Sete telefones públicos não funcionavam e então, parti, com sorriso amarelo no rosto, e pedi a um senhor que fizesse a caridade de emprestar o telefone para uma chamada rápida interurbana a cobrar. Pensei que seria possível a mana não atender... dito e feito. Prossegui já bem ansiosa a procura de uma boa alma samaritana ou da lan house da Telefônica (recém fechada no Aeroporto)... desesperada... tentei o próximo orelhão e voilà liguei para a Sara e boom, telefonema desligado antes que eu pudesse gritar em socorro: É a Jessica, ajuda?!

Liguei novamente na intenção de que ela se lembraria do fato de ter uma irmã em trânsito por São Paulo.

Da segunda, ela atende e eu falo: É a Jessica, preciso de um favor urgente! E, SORTE do DIA: ela tinha o endereço do Lê, meu primo, anotado (o detalhe é que eu também tinha, no whatsapp do iPhone que não mais me pertence) :P

Mais um tempo de espera e consegui fazer o Check-in.

Com fome, subi à Sala Vip da Gol, após o raio-x, tendo a grata satisfação de não gastar no cartão Diners pela entrada em sala nacional, já que sou cliente ouro do SMILES e posso usar a sala, mesmo viajando por outra companhia (no caso, a COPA, que me deixará um pouco mais rica em milhas do SMILES, por ser parceira). Simplesmente ADOREI a nova sala.

Sempre é bom poder conhecer salas vips pelo mundo, economizando os muitos "trocados" que seriam gastos em restaurantes do aeroporto.

Os petisquinhos são ótimos, mas o melhor é tomar quanto chocolate quente conseguir antes de embarcar (depois rezar para que o intestino não queira funcionar a mil no voo). :/

Preciso, ainda, comentar sobre a ida ao aeroporto de Goiânia, onde previa que poderia chegar até 5:20 da manhã para despachar as malas, cheguei às 5:30 e o povo já estava embarcando.

Obs.: Não queiram passar pelo apuro do atraso e o medo de perder o voo, chegando por último, logo antes da porta da aeronave ser fechada.

Voo da azul e eu doidinha a esperar a tão amada chance de degustar os aviõezinhos da FINI, fingindo (mentalmente, para não apenas ser, mas também parecer  abobada) que minha boca é a pista e que as gomas são os aviões prestes a pousar.

Sem celular é difícil, seria ótimo ter mais conhecidos neste trajeto, para eles comprovarem que a tartalete de mousse de chocolate e banana está divina!

Detalhe importante para as próximas viagens: preciso usar um relógio para os casos de falta de bateria ou sem o próprio celular.

Muitas palavras escritas para dizer que estou com saudade de ter telefone, de poder me comunicar quando necessário ou quisto. Pra constatar que não cabe mais a vida a mercê de telefones públicos. E, finalmente, mas não menos importante... adoraria estar passando o tempo jogando Fishdom ou jogos mentais, mas se assim fosse, não estaria relatando, em detalhes, esse curto espaço de tempo que pode ser contado até em filme, com flashes de histórias aleatórias que me vem na memória.

Admito, ainda me sinto meio Bob ou Lucas Silva e Silva, criatividade aqui corre solta... "falando diretamente do Mundo da Lua... onde TUDO PODE ACONTECER".

 

Prosseguindo, acabo de relembrar como é bom ficar um tempo com a própria companhia e nada além, pois sim, nós podemos ser a companhia perfeita para dias solitários (disse minha segunda personalidade, tão logo reclamei da ausência do celular).

Mais um chocolate e breve será o passo rumo à Cidade do Panamá. Tenho vontade de passar uns dias no Hard Rock Hotel como da outra vez que estive por lá.

Já no Voo 700 da Copa, a medida que eu espero o fim do embarque, já na poltrona 31-A, ouço pessoas pedindo para trocar de assento se houver disponibilidade e eu sozinha, até chegar minha companheira de voo, uma israelense que está viajando sozinha há oito meses, muito simpática por sinal.

A comida não melhorou desde 2013 quando voei pela COPA ao México, almoço servido com opções de ravioli e queijo ao molho vermelho ou carne bovina, arroz e legumes.

Depois de assistir Yes Man ou Sim Senhor, hora de dormir um pouco (ou muito), acordando, foi a fez de uma comédia que na realidade era drama A Outra Terra.

Lanchinho no voo com opção de empanada de frango ou wrap de carne, com destaque aos brasileiros que não se dão ao trabalho de tentar entender a super gentil aeromoça, que fala espanhol e intenta compreender os pedidos e as palavras inexistentes inventadas naquele idioma.

Atravesso TUCUMEN, o aeroporto do Panamá, ele é gigante, mas preciso embarcar para Orlando em meia hora, na chegada ao portão, uma fila enorme para inspeção de bagagem aos EUA.

O relato acaba aqui, já nos Estados Unidos, nos correios com meu primo, buscando o lindo objeto de veneração tecnológica de 256 gigas, para fotos incríveis.

Se ficou interessado em saber mais sobre acesso às salas vips, programas de milhagens e relatos desta viajante que vos fala, fique ligado aqui!

Abraços e até mais ver!

 

Não acredito que a felicidade vem exclusivamente do dinheiro, mas veja só minha cara de satisfação ao ter nas mãos meu novo companheiro!

 

Jessica Lins, 30 anos, Advogada Licenciada, Servidora Pública do Estado de Goiás, Viajante QUASE Profissional, uma Cidadã do Mundo ;)