[caption id="attachment_1097" align="alignleft" width="300"]hanauma bay jessviaja Quando no paraíso, aproveite-o intensamente![/caption]

O relato de hoje surgiu de uma desventura tamanha que se tornou um grande aprendizado para vida.

Por ser filha de pai viajante na juventude, cresci escutando as mais mirabolantes histórias sobre o mundo... Decidi desde cedo seguir parte dos passos de papai e um dos meus melhores sonhos era conhecer o Havaí... Minha história, assim como a de muitos apaixonados por viagens, era bem batida: "Quero conhecer o Havaí, meus amigos não tem férias no mesmo período que eu, já os que tem tempo não tem possibilidade financeira no momento"... o texto sobre as experiências sobre descobrir o mundo sozinha vai ficar para um próximo relato.

O fato importante é que mesmo amando o conselho do meu pai, que sempre disse que viagem boa é aquela na qual visitamos amigos e família, comprei meus bilhetes aéreos por milhas, fiz reserva de hospedagem em um hostel em Waikiki e aluguei um carro.

Foram meus primeiros cinco dias isolada de todos os que eu conhecia, no meio do paraíso no Oceano Pacífico, falando o básico da língua nativa para sobreviver.

Após locar o carro, usando o Waze, dirigi completamente extasiada pelas vias expressas e ruas de Honolulu, até que encontrei um estacionamento público (mediante pagamento por hora) que ficava a 300 metros do hostel. Peguei a carteira com todo o dinheiro da viagem (dicas de segurança em post específico), tirei quatro dólares, paguei o parking e fui buscar minhas bagagens no carro...

Eu estava turistando sozinha, nos Estados Unidos, não prestando atenção aos perigos que são existentes ao redor do mundo, não percebi uma mão leve que pegou a carteira sem que minha bolsa se mexesse em meio à mala de mão e minha mochila. O detalhe é que jamais havia experimentado a sensação de furto ou roubo no Brasil, por óbvio, não esperava que isso ocorresse em pleno paraíso.

Após muito choro e desespero, na primeira hora de Honolulu, estava eu sem dinheiro (por sorte, com cartões de crédito e meu passaporte), com fome, nervosa (sem conseguir falar nem português, quem dirá inglês), desamparada pelo seguro viagem cujo call center não estava em horário de atendimento e, após relatar o primeiro boletim de ocorrência da vida. A solução para os meus piores pesadelos surgiu por intervenção da minha irmã, que me transferiu dólares pela Western Union, incentivando-me a não deixar de aproveitar nem mais um minuto do sonho encantado que desmoronou em segundos.

Viajantes, alertem-se, fiquem atentos ao movimento ao seu redor! Mas caso ocorra com você a desventura que me acometeu, saiba que é possível sacar dinheiro enviado de qualquer lugar do globo.

Já ouviu falar na possibilidade de transferência de moeda estrangeira para os azarados que possam não ter cartão pré-pago?! No link acima encontra-se informações sobre como receber e enviar dinheiro, além de rastrear as transferências, que podem ser sacadas em pequenas agências localizadas em hotéis e supermercados ou em bancos, na quantia de quinhentos dólares diários mediante apresentação de um documento com foto, no meu caso, o passaporte. Esse serviço de transferência possui aplicativo para celular, no qual é possível encontrar lugares para enviar e receber quantias, ou seja, fica a dica em complementação ao post.

O procedimento foi simples e salvou, por completo, minha viagem!

Depois de um dia de estadia no paraíso, ainda sem resposta do Departamento de Polícia, chegou um recado no quarto do hostel, um número local pedia para que eu entrasse em contato.

Mais uma vez ajudada pela minha Super Irmã, que telefonou para aquele número, me informou que a organização não governamental chamada Visitor Aloha Society of Hawaii (veja alguns testemunhos e agradecimentos como o meu aqui) iria procurar um membro que falasse português para falar comigo.

visitor ahoha society of hawaii

Foi então que surgiu a Alice, que morou em São Paulo por alguns anos, ela ligou para o meu celular, me explicou que a ONG auxilia visitantes que passaram por problemas assim como o meu, não financeiramente, dando água, alimentação, ajudando na hospedagem e, para mim, principalmente, dando apoio moral e emocional, o que eu mais necessitava naquele momento em meio ao lugar mais deslumbrante que conhecia, totalmente "lascada pelo imprevisto de um furto".

 

visitor aloha society of HawaiiEm meio à maior gentileza, nunca esperada, Alice pegou os dados da minha hospedagem e a Sociedade Aloha, presidida por minha xará, Jessica Lani Rich, enviou uma lembrança linda que ficou pra todo o sempre na minha memória. (Ganhei caneca, caneta, chaveiro, ímã, quadro, snacks, café solúvel, chocolate - tudo o que eu não mais poderia comprar - e, também, um cartão incrível que me deixou emocionada).

visitor aloha gifts

Assim, amigos viajantes e entusiastas do mundo, descobri que nas adversidades sempre haverá muitos caminhos a seguir. O desespero, a agonia e tristeza de um acontecimento tão terrível podem ser suprimidos pela generosidade, amizade, palavras gentis, solidariedade daqueles que nos amam e de Seres Humanos incríveis, que se voluntariam e tornam momentos de dor, tempos reconfortantes...

Logo mais, confiram as melhores dicas de Oahu - com foco em Waikiki - Honolulu.

Agradecendo a oportunidade de aprendizado e de poder compartilhar mais um relato de frustração e alegria de desventuras surgidas e transformadas em aventura, desejo que você não se descuide em viagens, tome nota do meio de transferência de moeda estrangeira em casos de emergência e que saibam que não importa a ocasião terrível em que nos encontramos, tudo sempre passará!

Abraços,

 

jessviaja honoluluJessica Lins, 31 anos, Advogada Licenciada, Servidora Pública do Estado de Goiás, Viajante QUASE Profissional, uma Cidadã do Mundo ;)